sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Estágio de Verão 2014!

Nestas últimas duas semanas de férias aproveitei para fazer um mini-estágio de Verão.

Os dias começavam no ponto de encontro marcado. Lá entrava eu no carro, com o meu fato-de-macaco, a minha mochila e as minhas galochas de Inverno. Não sou muito faladora quando conheço alguém, mas lá fomos arranjando temas de conversa, para o período das viagens entre as visitas às explorações.

Com o que é que me deparei? Com algo que não nos ensinam na Universidade; com a realidade das explorações leiteiras e com uma amostra dos desafios que estas enfrentam. 

Durante o estágio, tive a oportunidade de assistir a uma série de cirurgias para resolução de Deslocamento de Abomaso, à esquerda e à direita (mais raro, apenas vi 3); assisti à resolução de uma Torção Uterina; vi como é feita a gestão reprodutiva/de fertelidade de algumas explorações; treinei os sentidos e a observação, ao ver fazer e a fazer exames físicos; fui testada com perguntas que me deixaram envergonhada por não saber responder e, ao mesmo tempo, com vontade de saber responder; ouvi histórias de experiências engraçadas dos agricultores e dos médicos; senti-me entusiasmada por não saber o iria encontrar depois. 

Foram apenas 10 dias a acompanhar veterinários que trabalham essencialmente com explorações de bovinos leiteiros, mas serviu para me esclarecer sobre as minhas dúvidas recentes; é realmente isto que me imagino a fazer num futuro próximo! 


 


domingo, 24 de agosto de 2014

"Outlander" - Diana Gabaldon

"Outlander" é o primeiro livro de uma série de oito volumes. Escrito por Diana Gabaldon, foi publicado pela primeira vez em 1991 e não me lembro muito bem como vim dar com ele. Acho que foi, quando navegava pelo Goodreads à procura de livros com algum sucesso. Fiquei intrigada pelas opiniões tão díspares que fui encontrando, assim como com as comparações com o 50 Sombras de Grey (que detestei!)

O enredo também parecia ter algum potencial: Claire Randall, uma enfermeira do pós Segunda Guerra Mundial, está a passar umas merecidas férias com o seu marido na Escócia, quando, graças a uma estrutura com uma disposição semelhante à do famoso Stonehenge, é transportada para o ano de 1743. 

Rapidamente Claire tem que se adaptar e esconder o seu segredo de todos, procurando uma forma de voltar ao local através do qual viajou no tempo. No meio de toda a confusão desta improvável aventura, a heroína acaba por se ver casada com Jamie Fraser, por quem se apaixona. 

Não achei que este livro tivesse alguma coisa a ver com o "50 Sombras de Caca". Aque a autora empenhou-se em recriar um ambiente histórico rico em detalhes, que de certeza necessitaram de imensa pesquisa e trabalho. No entanto, penso que falhou na pesquisa histórica sobre o ano de 1945. História não é a minha especialidade, mas alguns pormenores, como a constante referência a antibióticos, ou aos turistas que tiravam fotos, saltam à vista! Em 1945 os antibióticos existiam, mas estaríamos a falar apenas de um - a Penicilina. Soam estranhas as constantes referências de Claire aos maravilhosos antibióticos, quando ela só teve contacto essencialmente com um, e apenas a partir de 1942 (altura em que a sua utilização se generalizou). A parte dos turistas e das câmeras é ainda mais chocante. Sim, as máquinas fotográficas já existiam, mas duvido seriamente que as pessoas andassem por aí a tirar fotos, como turistas japoneses.

Sim, o livro tem muitas cenas de sexo, mas não são explícitas e acabam por ser necessárias, pelo menos neste primeiro volume, visto que o objectivo da autora será criar uma empatia pelo casal protagonista. As cenas de tortura e de violência acabam por ser um extra, que advém da época em que Claire está e também da própria trama do livro. Sou da opinião de que cada cena teve o seu propósito, o que também distingue este livro do mencionado em cima. 

Outra coisa que é chocante, para a maior parte das pessoas que lê o livro, é a cena em que Claire é vítima de violência doméstica e depois acaba por entender porquê que "teve de ser". Sim, fiquei extremamente revoltada e apeteceu-me bater mais na personagem principal, mas as coisas antigamente eram mesmo assim. A violência sobre as mulheres era o "Pão Nosso de Cada Dia". Não, não está correcto, mas estamos a falar de 1873, há que contextualizar as pessoas. O Jamie podia ter fingido que lhe batia, mas para ele era uma coisa, tida como normal, que "tinha de fazer".

Resumindo, não foi uma leitura desagradável, no entanto penso que havia aqui um grande potencial com a história da viagem no tempo, que acabou por ficar para segundo plano. Algumas das cenas tinham uma duração demasiado longa, o que também dificultou a leitura, mas quem sabe se um dia não pego no segundo volume da série...




sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pensamentos Soltos #2

"Tenho saudades do tempo antes da crise. Quando não pensava que uma Barbie de 25 euros era cara. Quando toda a gente andava feliz e só se queixava das doenças.Hoje, dez anos depois, são as doenças e o dinheiro. Parem lá de se queixar! A crise não existe! São vocês que fazem a crise!"

"Pergunto-me se as pessoas param para pensar no trabalho que estão a dar ao próximo, quando pedem algo na esplanada e uma pessoa tem de ir para dentro buscar a tal coisa, depois voltar e nessa altura dão-nos o dinheiro, que não está certo, e são mais duas viagens para fazer o troco. Ou seja, um total de 6 idas e voltas! PAGUEM NO BALCÃO À IDA EMBORA!"

" Era giro usar a música da Beyoncé "If I where a Boy", mas com "Se eu fosse um pombo". Cagaria na cabeça das pessoas! Muahahah!" 

"Não é por pedirem factura de uma merd* de 1 euro, que vão ser os maiores! Deixem de contribuir para o sistema! NÃO PEÇAM FACTURA!!"




sábado, 9 de agosto de 2014

Pensamentos Soltos #1

Ás vezes fico espantada com o nível de estupidez das coisas que me passam pela cabeça.

"Como é que será morrer como uma formiga comida por um Papa-Formigas? Será que se morre ainda colada na língua do predador, ou a nossa última memória será o suco gástrico a digerir-nos? Deve ser como entrar num túnel sem luz ao fundo! o.O"

"Porquê que as pessoas postam fotos delas mesmas semi-nuas no facebook, ou blog pessoal? E não estou a falar de fotos em bikini. Estou a falar de pessoas que o fazem para sei lá!"

"20 minutos a pé e 50 carros de "avecs" avistados; há mais emigrantes em Vila Real no Verão do que pessoas! Será que aquele BMW, o Mercedes, o Audi e o Porsche Panamera  são alugados? Não percebo porquê que se tem esses carrões não tem dinheiro para vir de avião! É mais confortável e possivelmente barato..."

"Se houvesse um Apocalipse zombie neste preciso momento,o melhor sitio para arranjar esconderismo era o Hospital Veterinário! Ao menos assim, quando me fartasse, podia sempre experimentar drogas. Além disso nunca na vida os zombies conseguiriam abrir aquelas portas pesadas. Já para não falar de que, na falta de melhor, havia comida de cão/gato para um par de anos."

 


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

"Cândido ou O Optimismo" de Voltaire

Porquê que continuo a espantar-me, sempre que acho um clássico fácil de ler?! Talvez seja o mito generalizado de que é obrigatório um clássico ser complexo, inelegível e aborrecido. Não será tão animado como certas cenas pornográficas de alguns livros que por aí andam, mas para quem acha isso e se sente intimidado pela própria palavra “clássico”, chegou a hora de rever aquilo que acham do género (se é que se pode considerar um género). 

Cada vez me convenço mais de que somos formatados para ter medo deles, quando, na maior parte das vezes, não há nada a temer! Um bom clássico, deve conseguir ultrapassar a barreira do tempo e, como tal, tem de ter uma linguagem acessível. O verdadeiro problema destes livros acaba por não estar na obra em si, mas sim na interacção com o leitor e na forma como este interpreta o que lê, ou na forma como lê. Muitas das ideias de um Clássico passam despercebidas a um leitor menos atento; Muitas são tão simples que, ao leitor demasiado atento, que lê como que para decifrar um código (como nos tentam ensinar na escola), acabam por parecer incompletas, ou indecifrável; pessoalmente gosto de ler sobre os livros depois de os terminar, para tentar complementar a minha interpretação e ver se de facto corresponde ao que li. 

Voltaire, escritor iluminista, é o autor de “Cândido, o Optimista”. Dando voz à forma de pensamento da sua era (Século das Luzes), em “Cândido, o Optimista”, somos brindados com as desventuras do herói homónimo, que tendo nascido como um nobre menor, vê os seus direitos revogados, por se apaixonar pela rapariga errada. As desventuras deste herói, jovem, ingénuo e simultaneamente optimista, vão sendo relatadas em tom de sátira. As personagens secundárias que vão surgindo, vão fazendo Cândido pensar para além do que o seu professor, defensor do optimismo incondicional, lhe ensinou e a verdadeira natureza da vida e vai sendo revelada na sua verdadeira magnitude. 

Ao ler este livro, e sabendo que foi escrito numa época totalmente diferente, não posso deixar de pensar que existe um paralelismo entre Voltaire e Saramago; É uma comparação ingénua, ambos foram bastante críticos face à Igreja e à sociedade, embora o último tivesse mais liberdade para tal, do que Voltaire possivelmente teria na época pré-Revolução francesa (Ele foi exilado por pensar e escrever o que achava! Saramago só não foi apoiado pelo Estado português). 

Deixo aqui uma passagem da qual gostei: 

“- Achais que os homens sempre se têm ocupado em massacrar-se uns aos outros, como agora sucede? – Prosseguiu Cândido. – Achais que sempre tenham sido mentirosos, velhacos, pérfidos, ingratos, ladrões, fracos, levianos, cobardes, invejosos, comilões, bêbedos, avarentos, ambiciosos, cruéis, caluniadores, debochados, fanáticos, hipócritas e estúpidos? 

- E vós, senhor – disse-lhe Martim -, achais que os gaviões sempre tenham comido quantas pombas conseguem apanhar? 

- Claro que acho – respondeu Cândido. 

- Pois se os gaviões têm conservado sempre o mesmo carácter, porque haviam os homens de ter mudado o seu? – continuou Martim.”

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Sábado e Domingo à tarde, numa tv perto de si.

Esta semana vinha um artigo no P3, do jornal Público, sobre a ausência de filmes de Sábado/Domingo à tarde na televisão portuguesa. O artigo falava sobre como estes, apesar de todos os seus defeitos, eram preferíveis ao que agora passa nas televisões - emissões em directo de foleirada, com a duração de 6 horas!

Embora isto possa até ser verdade (porque há imensa gente que não gosta/percebe os filmes, principalmente as pessoas de idade e prefere isto), o que é certo é que nem com os filmes de tarde me convenciam a ligar a televisão num fim-de-semana à tarde! Não é muito mais agradável ler um livro, dormir a sesta, jogar um jogo, ir passear, tomar café numa esplanada, ou simplesmente ver séries piratas no computador? 

Há muito que a televisão está condenada. Não é novidade nenhuma. Sinceramente, não seria o regresso dos filmes que iria prender o telespectador ao ecrã. Esses são telespectadores ultrapassados. Agora o que prende é a brejeirada, a falta de gosto, o fácil, o que não faça pensar. O público da televisão portuguesa é este e o que dá aos Sábados/Domingos à tarde, encaixa-lhes que nem uma luva.