sábado, 30 de março de 2013

Ler qualquer coisa?

"Ler qualquer coisa é melhor que não ler nada."

Não, não é. Considero que ler a revista Maria, ou a Lux, por exemplo, é uma perda de tempo. Se é para ler porcarias dessas, então eu acho preferível não ler. Que vá antes fazer croché, praticar desporto, estar com os amigos, ou fazer um bolo. Sempre é mais produtivo.

A verdade é que existe essa ideia de que como quase nimguém lê, então há que incentivar tudo o que seja ler.  Leiam-se os rótulos das caixa dos cereais, leiam-se as revistas cor de rosa, os romances da Margarida Rebelo Pinto, leiam-se as bulas dos medicamentos (isso convém ler); acho que dá para entender o que quero dizer.

Só ler não chega. É preciso saber ler; ler para entender novos pontos de vista, diferentes possibilidades de vida; podemos ser mil pessoas e voltar a ser quem somos em minutos, e enquanto aqueles que não gostam de ler, ou que acham que ler o que enumerei em cima basta,não entenderem isso, nunca terão a hipótese de experimentar a sensação de viajar sem sair do lugar.

Estarão sempre presos ao mesmo lugar; terão sempre a mesma perspectiva. Ficarão parados, sem nada de novo que os enriqueça.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Vamos Falar de Livros (ou não) 0.1

Há noites em que tenho mil ideias sobre o que falar no blog; guardo os tópicos em rascunho, para mais tarde desenvolver, mas acabo por perceber que não são assim tão relevantes, ou que já estão sempre a ser abordados.

Neste preciso momento estou a fazer aquilo a que chamo "falar a mil na minha cabeça e escrever ao mesmo tempo a ver o que sai". É algo que faço ás vezes e tenho coisas que até parecem literatura inglesa, mas que depois deixam de parecer; "delete". 

Depois há as noites em que preciso mesmo de ter ideias e elas simplesmente não aparecem (como agora). Há uns meses atrás candidatei-me ao "The Best Job in the World", para o cargo de Wildlife Caretaker. Recebi ontem um email a dizer que fui escolhida!

Não.
Era um email a relembrar-me que tinha de enviar um vídeo com, no máximo trinta segundos, onde dissesse porquê que merecia o lugar. Isto não seria um problema, se eu não tivesse que o entregar até dia 10 de Abril. Isto também não seria um problema, se eu não tivesse ido cuscar no Youtube as candidaturas da edição anterior. Eram boas candidaturas; originais e com  carisma, que foram REJEITADAS. 

Então como é que EU, que não sou muito diferentes das pessoas "normais" conseguiria ser escolhida. "Mas vais desistir sem tentares?" perguntou-me a T. Bem...parece parvo, não parece? Agora estou na situação em que perco tempo de estudo/férias para algo semelhante ao Euromilhões, ou ignoro a cena e finjo, que não haveria 0,1% de hipóteses de ser escolhida e arrependo-me por nem ter tentado. 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Vamos Falar de Livros

Não sei falar de livros. 

Não é minha culpa, juro! Mas não tenho com quem falar de livros. Escrevo sobre eles; por vezes nem isso sei fazer. As minhas tentativas de críticas podiam ser mais trabalhadas e dou por mim a querer editar constantemente o que escrevi há uns meses atrás. Podia realmente tentar ir ao cerne das questões, mas não tenho formação para isso. Sou burra! Mas tenho uma auto-estima bem alimentada!

Falando a sério,  ainda tenho muito que caminhar no que diz respeito a expressar a minha opinião. E se por escrito ainda vou tendo a blogosfera para treinar, oralmente não é bem assim. É a triste realidade de Portugal (e talvez de grande parte do globo). Conto pelos dedos da mão o número de pessoas que conheço, que gosta de ler. Dessas poucas pessoas, muitas lêem coisas que eu não aprecio propriamente, ou então são quadradas demais para desafiar a minha opinião. 

Uma vez estava com uma colega da universidade que lê, mas só coisas com vampiros, sexo, anjos (anjos e sexo na mesma frase...hmmm...ok lugar no inferno garantido) e magia, e veio à baila o que eu tinha achado das "50 Sombras de Grey". Estava eu a dizer de forma simpática, visto que tinha sido ela a emprestar-mo, que tinha achado o livro uma grande [inserir palavra má à escolha], e a resposta dela foi "É também não gostei muito. Nem cheguei a acabar o terceiro. Agora estou a ler outro parecido. Não me lembro do nome...". 

A sério? Se não gostou muito porquê que está a ler um parecido? Fiquei a achar que na realidade gostou, mas como eu não gostei, não quis dar-se ao trabalho de discordar de mim. O que achei ridículo, mas como não somos amigas próximas, não tive o à vontade para o dizer.

Moral da história: não basta conhecer alguém que leia, para se poder ter um discussão oral significativa. São precisos uma série de outros requisitos, como por exemplo, ter carácter para o fazer, ter lido os mesmos livros, ou saber pelo menos do estilo que estamos a falar e isto são requisitos impossíveis de encontrar, já que raras são as pessoas que lêem na vida real (entenda-se, fora do cyberespaço).


Imagine Dragons

E como um pouco de pensamento positivo e vontade de dançar nunca fez mal a nimguém, fica aqui esta sugestão:

segunda-feira, 25 de março de 2013

"O Amor nos tempos de Cólera" - Gabriel Gárcia Márquez

Lembram-se do vosso primeiro amor? Pois, quem é que não se lembra? A questão é...será que teria o mesmo significado para vocês, passados mais de cinquenta anos, sem qualquer tipo de contacto?

Essa é a história de Florentino Ariza. Nascido de pai incógnito (embora, conhecido), apaixona-se perdidamente pela filha de um homem rico e, por isso, inacessível, Fermina Daza. Depois de trocarem cartas de amor durante dois anos, Florentino decide pedir em casamento Fermina. Isto sem nunca falarem pessoalmente, ou conviverem. Fermina acaba por aceitar, mas com a condição de que ficassem noivos por mais dois anos. 

O pai da rapariga descobre e envia-a numa viagem, na esperança de que essa paixoneta desaparecesse e Fermina se casasse com um melhor partido. 
E como o fruto proibido é o mais apetecido, a rapariga insiste em continuar a manter um contacto clandestino com o seu mais que tudo. 

Um dia, após voltar da sua viagem, Fermina vê-se acidentalmente cara a cara com Florentino Ariza. Foi quanto bastou para que todo o encanto se quebrasse. Fermina entende então naquele momento, que na sua cabeça criou uma imagem de um homem, que não correspondia à realidade e tudo acaba entre os dois. 

Os anos passam e Fermina Daza casa, tem filhos e é feliz. Enquanto isso, Florentino Ariza fica eternamente preso ao seu encanto, sonhando com o dia em que, rico e poderoso, possa conquistar novamente o coração de Fermina. Tudo o que falta é que ela se torne viúva. 

Durante anos, Florentino não se compromete. Salta de cama em cama, sem nunca querer comprometer-se, porque ele sabe que, apesar de já não ser virgem, existe uma parte dele, que é só do seu verdadeiro amor e que até à morte será (e ouve-se o som).

Não sou uma expert em literatura sul americana, mas penso que há um certo misticismo associado às obras que já li de outros autores, como por exemplo, de Luís Sepúlveda. O colombiano Gabriel Gárcia Márquez não é excepção; sente-se que há muito mais para além da história. Algo ligado às origens; à terra. 

Ao ler este livro dei por mim a pensar no quão infeliz aquele homem foi. Questionei-me, quantos verdadeiros Florentino Arizas existirão neste mundo. Existem muitos (e muitas), que são parecidos com ele. Não porque realmente amam, mas porque teimam em continuar infelizes e tiram até prazer dessa infelicidade, achando que o martírio lhes dá uma aura mais atractiva. Não creio que seja possível amar alguém assim, platonicamente, durante tantos anos, a não ser por pura teimosia. Seria bem romântico (ou assustador?) se tal fosse possível.
 
Esta foi uma obra que entristeceu. Não pelo final, mas pelo desenrolar do enredo. Pela vida desperdiçada, por opção, deste homem. E pela constatação de que não faltam por aí "falsos infelizes", que tão facilmente poderiam não o ser.

Apesar de tudo foi uma boa surpresa e mais um novo escritor para explorar.






quinta-feira, 21 de março de 2013

A Quinta do Animais/O Triunfo dos Porcos - George Orwell

"A Quinta dos Animais", também conhecida como "O Triunfo dos Porcos" (título mais engraçado, tendo em atenção o alvo da sátira), foi publicado em 1945, época marcada pelo flagelo da Segunda Grande Guerra. 

O livro narra a história da Quinta dos Animais, muito peculiar por ser gerida pelos animais que nela habitam, após estes se terem revoltado contra a crueldade imposta por Reis (aka para Czar), o seu antigo dono humano. 

Esta é uma obra satírica, que usa os animais como retrato das fraquezas do carácter humano e, mais especificamente, das fraquezas da União Soviética de José Estaline. Por esta razão, e dado a Rússia ser na época aliada da Inglaterra, a Quinta dos Animais esteve perto de nunca ver a luz do dia, tendo sido recusada por mais de três editoras, antes de finalmente assinalada a luz verde para a sua publicação. No prefácio redigido por George Orwell é feita uma crítica à própria sociedade intelectual inglesa por, apesar de não explícita, ser feita uma "censura", visto que apenas os livros considerados "de bom tom" verem a sua publicação facilitada. Acho que ainda hoje isso acontece na nossa sociedade, muito por controle dos "media" e não tanto pelos intelectuais, o que é de lamentar. 

Apesar de não vivermos numa ditadura comunista, foi fácil transpor muitas daquelas críticas para o panorama político nacional, que actualmente nos assombra.
 



sexta-feira, 15 de março de 2013

Sem Facebook

O ano passado, por questões pessoais, encerrei a minha conta no Facebook. Passei cerca de três meses praticamente sem lá ir. Depois as razões para voltar tornaram-se mais fortes do que as que me impediam de lá ir; voltei.

Lembro-me com saudade do tempo em que não estava sempre lá metida e tomei a decisão de não ir lá durante uma semana (para começar). 

A verdade é que perco muito tempo precioso a não fazer nada no Facebook. Podia estar a ler, a estudar, a ver um filme; qualquer coisa que não seja estar lá é mais produtivo!


E agora a actualização de estado: Até já Facebook! Fui ser Feliz e não volto! (durante uma semana)

UPDATE: AGUENTEI SÓ UM DIA 

quarta-feira, 13 de março de 2013

"Argo" (2012)



Não vou fingir que sou uma expert em filmes, porque não sou mesmo. No entanto existem coisas nestas indústria que até uma pessoa que não entende nada consegue ver: "Argo" ganhou o Óscar para Melhor Filme, apenas porque os americanos adoram achar-se os maiores; este é um filme americano, que retrata uma história, supostamente verídica (cuja veracidade os canadianos negam), protagonizada por heróis americanos, para o público americano. Sendo este prémio cinematográfico atribuído por americanos, não é surpresa o porquê de Argo ter ganho. 

A verdade é que o filme entretém, tem bons actores e um argumento minimamente interessante (embora previsível), mas é só. Falta-lhe conteúdo. E não estou, de longe, a defender o povo iraniano, mas podiam ter sido menos anti-islâmicos. Estou certa de que nem todos os iranianos são assim tão agressivos. 

Enfim...um filme muito "uniview" e não merecedor de Óscar.

"Argo, fuck yourself."

segunda-feira, 11 de março de 2013

Entrevista à escritora Maria João Viana



Maria João Viana licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas e tem o grau de Mestre em Literaturas e Culturas Anglo-Americanas. Está ligada à área do desenvolvimento pessoal desde 1997, altura em que começou a organizar e traduzir seminários e palestras. Orienta meditação guiada e faz aconselhamento individual, organizando também workshops de fim de semana e retiros de meditação. Traduziu os livros Visualização Criativa (1998) e Vivendo na Luz (2000).
Recentemente a editora Nascente publicou o livro da sua autoria "É Possível Ser Feliz".




Para conseguirmos encontrar o equilíbrio e a tão almejada felicidade, torna-se urgente recuperar valores humanos fundamentais - princípios ancestrais - sem os quais o mundo se irá desmoronar. É Possível Ser Feliz propõe uma reflexão fundamentada sobre a necessidade de conduzirmos as nossas vidas de forma consciente, prestando uma atenção particular à qualidade dos nossos pensamentos e às intenções que estão por detrás das nossas acções.
Este guia precioso mostra como iniciar um processo individual de clarificação interior e alcançar a paz de espírito. Sugere e explica em detalhe as melhores técnicas e caminhos, como a meditação.
O caminho da felicidade é uma escolha, uma atitude perante a vida que está seguramente ao seu alcance.
 

 Entrevista:
- Quando surgiu a ideia de escrever o livro “É Possível Ser Feliz”?

Comecei a escrever as primeiras linhas em 2007. Depois coloquei a ideia de lado e senti necessidade de voltar a estudar. Decidi realizar o Mestrado em Literaturas e Culturas Anglo-Americanas. Gostei bastante de voltar à Faculdade, já como adulta, com outra disponibilidade mental. Aprendi a expor e fundamentar o meu ponto de vista e desenvolvi algumas aptidões. Quando terminei, voltei ao meu projecto inicial e dei-lhe um rumo totalmente diferente. De Janeiro de 2011 a Fevereiro 2012, tinha o livro escrito. Sou muito disciplinada, levanto-me muito cedo e dedico praticamente todo o meu tempo livre a esta área. Faço diariamente meditação e isso ajuda-me a manter uma mente clara e a focalizar toda a atenção naquilo em que me debruço. Por isso sou tão adepta desta prática milenar e não me canso de a recomendar.
- Era infeliz antes de começar a sua busca pela felicidade, ou sempre soube onde a encontrar?
Penso que nunca me considerei uma pessoa infeliz. Acho que todos temos momentos menos bons na vida, ou momentos em que as coisas não correm tão bem, mas está sempre nas nossas mãos mudarmos a nossa vida, olhando para ela com aceitação e fazendo o necessário para nos sentirmos cada vez melhor.
A vida é feita de ciclos e de novos desafios. Devemos estar preparados para os enfrentar, implementando dentro de nós princípios - que na verdade são ancestrais - que nos permitem reagir às dificuldades da vida e permanecer em equilíbrio, independentemente do que se passe à nossa volta. Por isso afirmo no livro que a felicidade é uma escolha. Perante as contrariedades da vida, escolhemos reagir de forma positiva, com confiança e certeza de que somos capazes, porque na verdade somos.

- No seu livro, refere que sempre foi uma pessoa crente em Deus. Acha que este livro pode ser usado por aqueles que se consideram ateus?
Na verdade, sempre tive uma excelente relação com Deus, que terá ficado marcada pelo colégio de freiras que frequentei dos 3 aos 8 anos. Contudo, quando cresci, tornei-me muito crítica relativamente a vários rituais característicos da Igreja católica, por exemplo em relação à confissão. Recordo-me de em criança ir confessar-me, e de inventar coisas, que eu não fazia, apenas porque era suposto ter "pecados" para confessar. Portanto, a minha relação com Deus não se baseia na religião católica mas na experiência direta de O realizar na beleza e perfeição de todas as coisas, na natureza, no aroma de uma flor, na frescura de um riacho, na imponência de uma montanha. Por isso penso que o livro que escrevi pode ser lido por todos.
A vontade de escrever este livro surgiu com a necessidade de passar uma mensagem positiva. O mundo atual está a tomar um rumo assustador e se cada um não começar por implementar mudanças dentro de si, o mundo não mudará. Só quando tivermos eliminado individualmente toda a réstia de ódio, violência, sede de dinheiro, posição ou poder, o mundo será um lugar mais equilibrado e pacífico. Temos a responsabilidade de olhar para dentro de nós e ver o que individualmente podemos fazer. O livro faz propostas simples que nos permitem começar a implementar esses valores e princípios de que o mundo tanto carece e que irão permitir a tal  transformação coletiva. Penso que é um livro de fácil leitura, acessível a qualquer pessoa, e que de facto ajuda a viver a vida de uma forma mais equilibrada. Ao implementarmos as propostas que aconselho vemos mudanças na nossa vida e sentimo-nos mais felizes.


- Nota-se uma estreita ligação das ideias de “É Possível Ser Feliz”, com a filosofia de vida budista. Quando é que teve o seu primeiro contacto com esta filosofia?
Estive no encontro de três dias com o Dalai Lama, em Setembro de 2007, onde ouvi os seus ensinamentos, por vezes bastante difíceis de entender, devido à sua profundidade. Contudo, eu já conhecia muitas daquelas ideias, pois tenho o privilégio de ter um grande professor, um grande Mestre indiano, com quem aprendi meditação, Roop Verma, que é um citarista de renome internacional e um Mestre de Nada Yoga. A Nada Yoga é a ciência que estuda o efeito da vibração e do som na consciência humana. Posso dizer que sou sua discípula há mais de quinze anos e, como tal, as ideias que ouvi no encontro com Dalai Lama, já as tinha ouvido através dele, visto que a filosofia hindu é muito idêntica à budista, ou pelo menos têm muitos pontos em comum. São filosofias que possuem um grande respeito pelo lado espiritual do ser humano. A mensagem vinda do oriente, parece ter uma vertente muito pura e original, que provavelmente esteve na base da religião católica, mas que, de alguma forma se perdeu ou desvirtuou. Talvez por isso as filosofias orientais estejam a ganhar cada vez mais adeptos.
- Os livros categorizados como de “auto-ajuda” sempre foram estigmatizados. Considera que as pessoas mais cépticas, ou mesmo sem religião, terão facilidade em aplicar os princípios básicos descritos neste livro?
Uma das minhas preocupações, quando escrevi o meu livro, foi fundamentar bem as minhas ideias, para que os mais céticos também o pudessem ler. Fui buscar trabalhos feitos na área da ciência e procurei mostrar que a ciência e a religião não estão assim tão distantes.
Os princípios que abordo são simples, embora nem sempre nos seja fácil implementá-los, uma vez que temos hábitos muito enraízados e alguma resistência à mudança. Mas, quando compreendemos a simplicidade das ideias que apresento, reconhecemos a necessidades de conduzirmos a nossa vida de forma consciente, implementando os valores humanos fundamentais, sem os quais não nos sentimos verdadeiramente felizes.
Não é necessário ter uma religião definida, seguir o Deus católico, ou outro Deus. É preciso é entender que a nossa vida tem uma razão de ser, um propósito que é a nossa evolução. Cabe, portanto, a cada um de nós fazer o melhor em cada situação, ultrapassar os obstáculos que surgem, perseguir os nossos sonhos e fazer o necessário para nos sentirmos felizes, tendo sempre em conta que vivemos em sociedade e que devemos respeitar os outros e tratá-los como gostaríamos que fizessem connosco.
- Como tem sido a receção da obra, por parte dos leitores?
Acho que tem sido boa. Digo isto porque a própria editora ficou muito satisfeita com o lançamento do livro, quer aqui no Porto, quer em Lisboa e já me convidou para escrever um segundo livro. As pessoas que leram gostam. Claro que os primeiros foram os amigos e esses são sempre suspeitos (risos).
Mas tenho recebebido muitos feedbacks de pessoas que eu não conhecia e que me contactaram apenas para me dizerem o quanto apreciaram a leitura do livro ou o quanto essa leitura as ajudou. Isto para mim é a coisa mais importante, saber que, de alguma forma, tive um efeito positivo na vida dos leitores. Fico muito feliz com isto! A intenção de escrever este livro foi mesmo esta, a de conseguir chegar às pessoas, levando-lhes uma mensagem positiiva e encorajadora. Quando fazemos alguma coisa, com uma intenção pura, as pessoas sentem essa sinceridade. Saber que as ajudei traz-me um preenchimento sem igual.
- Qual foi para si o maior desafio durante a escrita do livro?
Inicialmente tinha pensado dividir a primeira parte do livro em três temas principais: pensamentos, palavras e ações. No entanto, quando escrevia sobre os pensamentos apercebi-me que estava a escrever também sobre emoções.  E assim, decidi que era necessário uma outra parte, exclusiva para as emoções. Isto fez-me reflectir bastante, enquanto o escrevia e com essa reflexão também aprendi. Acabou por sair um capítulo de que gosto muito, mas que no princípio custou-me a escrever.
Na verdade sinto que o livro tem valor por isto: quando o leio ainda encontro elementos que me fazem pensar “João, também tens que te lembrar disto”. A única explicação que encontro é que, em qualquer trabalho que fazemos, mesmo como estudantes, devemos dar o nosso melhor. Ao abrirmo-nos para dar-mos o nosso melhor, isso faz-nos aceder às coisas certas, ou se quisermos, à verdade. Apropriando-me das palavras de Kahlil Gibran, sinto que este livro é como um filho, que veio “através de mim, mas não de mim”. Isto porque, quando o releio continuo a encontrar nele valor.
- Que conselho quer deixar aqueles que desejem editar um livro?
O conselho que referi anteriormente: que escrevam com sinceridade, não pensando no benefício próprio, mas sim no benefício daqueles a quem queremos chegar. Acho que este é o melhor conselho que posso deixar.
- Em relação a novos projectos, está a trabalhar em algum na área da literatura?
Neste momento estou a trabalhar no segundo livro, onde pretendo ir mais longe, dar um passo à frente no caminho da felicidade e explorar algumas pontas que ficaram em aberto no livro anterior.
Quando enviei o “É Possível Ser Feliz” para a Editora Nascente, ele tinha praticamente o dobro do tamanho. Existe por isso a intenção de publicar uma segunda parte, que diz respeito a uma vertente mais prática, onde são sugeridos vários exercícios. Esta parte mais prático seria acompanhada por um cd de meditação. O livro, já publicado, contem a parte mais teórica, e o material ainda por publicar juntamente com um cd, revelariam uma vertente mais prática. 
Este material será publicado a seu tempo. Entretanto continuo a minha prática diária, a minha reflexão e pesquisa que está a dar origem a um novo livro. 

Queria deixar uma palavra de agradecimento à escritora Maria João Viana, por ter aceitado participar na primeira entrevista do Baú dos Livros e por sempre se ter mostrado disponível!
Espero que esta seja a primeira de muitas entrevistas do Blog.